sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Entalado na garganta

Para quem não conhece meus pais, eles moram em Jaguaruna, uma prainha de pescador no Sul de Santa Catarina. Muito engajados em proteger o ambiente em um lugar tão bonito, eles fazem e acontecem por lá para tentar resguardar o que o poder público parece ignorar, mesmo tratando-se do turismo a principal fonte de renda do município.
Ontem, meu pai me contou uma coisa que não me saiu da cabeça e ficou me incomodando o dia todo. Por isso, resolvi escrever aqui, como um desabafo mesmo.
Para tentar impedir que caminhões da própria prefeitura retirem areia da restinga que fica em frente à casa deles, meu pai já passou por muitas dificuldades. Além das ameaças que sofreu ao tentar fotografar os caminhões, ele até levou um soco de um secretário.. isso mesmo.. um secretário da prefeitura.
Desta vez, depois de tirar dinheiro do próprio bolso para financiar placas pedindo às pessoas que preservem a restinga, mais uma vez meu pai entrou numa fria. Um morador enfurecido garantiu que tiraria a placa durante o final de semana.
Se você está tentando entender que tipo de pensamento troglodita pode ter movido essa criatura, eu explico. A prefeitura, por birra mesmo, parou de tirar a areia que invade a rua. Isso porque, em vez de limpar a rua e devolver a areia para a restinga, os espertalhões somem com a carga.
Aí, mais uma vez, o indefectível Meneghel entrou em ação, pedindo o que deveria ser óbvio para uma administração pública. Que devolva a carga para o ambiente.
Por esta razão, o morador (que mais deveria viver dentro de uma caverna), prefere que a natureza que ele mesmo desfruta seja detonada pelo desgraçado que ele mesmo garanto que ajudou a eleger. Tudo em nome de uma rua sem areia.
Me custo a acreditar numa coisa dessas.... Mas me orgulho da família que tenho!!

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