quarta-feira, 15 de abril de 2009

Reflexões de uma trabalhadora

A rotina é mesmo uma pregadora de peças. Posso afirmar sem medo que as decisões mais importantes que tomei na vida foram uma tentativa de fugir dela. Simplesmente porque sinto que o ranso do cotidiano e tudo o que é realizado de forma mecânica me envelhecem e, acima de tudo, me cansam.

É aí que entra a peça que a maldita rotina (ou será que trata-se de uma obra de um pouco de maturidade??) andou me pregando nos últimos dias. Tudo começou com a morte do Ceratti. Fiquei pensando que enquanto tento fazer algo de emocionante com a minha vida, ela está passando rápido e eu estou a mercê de forças que não estão sob meu controle. Força como esta que nos levou o companheiro de uma forma tão inesperada.

Mas nos últimos 30 dias, pude viver uma rotina que, pela primeira vez na vida, não me deixou aborrecida ou insatisfeita.
"Claro né, Fernanda, você estava de férias", você poderia pensar.
Mas meu horror à mesmice é tanto, que até da diversão eu me canso. A diferença desta vez foi que as férias foram apenas uma minúscula parte do que as quatro semanas sem trabalhar me trouxeram.

A tão esperada fuga da rotina do trabalho e do dia-a-dia foi substituída pela certeza de que é justamente uma e apenas uma coisa que me fará de forma completa e todos os dias: a certeza de que sozinha não sou nada, de que amar sim, da mesma forma, todos os dias, é o segredo da felicidade.

Um comentário:

  1. "Fiquei pensando que enquanto tento fazer algo de emocionante com a minha vida, ela está passando rápido e eu estou a mercê de forças que não estão sob meu controle".

    Nossa Senhora!
    Pensei a mesma coisa.

    Mas me obriguei, desde ontem, a ser feliz fazendo o que fosse. A gente tem de ser feliz até a morte. Ou pelo menos tentar...

    Beijos, querida.
    Te amo muito e estou doida de saudade.
    Quando vens?

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